quarta-feira, 16 de abril de 2014
domingo, 13 de abril de 2014
Conforme prometido: aqui está o gabarito da revisão. Boa sorte e cuidado com a "RETOMADA PEDAGÓGICA"...RSRS
Boa sorte a todos!!!
Nome_______________________________________n_______série__________
data______
Prof.
Jonatas Turcato Syrayama -REVISÃO DE LÍNGUA PORTUGUESA PARA PROVA
A cultura da fila
É
uma cena comum em aeroporto; já antes da chamada para o embarque, às vezes
muito antes, passageiros começam a formar uma fila. O que não deixa de ser
estranho; afinal, os lugares já estão previamente marcados, não há necessidade
de pressa. Nem mesmo a disputa pelo lugar no compartimento de bagagens serve
como explicação, pois muitos dos que estão na fila não têm qualquer bagagem de
mão. Uma razão para esse comportamento poderia ser a natural ansiedade
desencadeada pela viagem em si. Mas, ao menos no caso do Brasil, há um outro, e
curioso motivo. É que gostamos de fazer fila. Algo surpreendente, num país
sempre caracterizado pelo pouco apreço à ordem e à disciplina; a regra parece
ser chegar primeiro a qualquer custo, combinando esperteza e o poder dos
cotovelos.
Contudo,
a fila não é só uma maneira de organizar uma determinada demanda,
seja
por ingressos, seja pelo acesso a um determinado lugar. A fila é um estilo de
vida, e isso fica muito visível nos fins de semana, nas casas de diversão.
Passem pela Goethe num sábado à noite e vocês constatarão isso. A fila
representa uma forma de convívio. Normalmente as pessoas deveriam estar todas
voltadas numa mesma direção, o cara de trás olhando a nuca do cara da frente.
Mas não é assim. Na fila formam-se, por assim dizer, nódulos de convivência;
pessoas, especialmente os jovens, que, sem se afastar de seus lugares, ou
afastando-se muito pouco, conseguem conversar, e conversar animadamente. E
certamente não fazem isso para matar o tempo, enquanto aguardam a hora de
entrar; não, a conversa na fila é um objetivo em si, e podemos apostar que para
alguns, pelo menos, um objetivo mais
interessante que entrar no lugar diante do qual está formada a fila. [...]
Para
psicólogos, sociólogos e até cientistas políticos, as filas representariam um
interessante campo de estudo, quem sabe até uma especialidade, gerando teses de
mestrado e de doutorado. Enquanto isso não acontece, as filas continuam se
formando. Quando chegar o Juízo Final e vocês virem uma fila às portas do Céu,
não duvidem: ali estarão os brasileiros.
SCLIAR, Moacyr. A cultura da fila. Zero Hora, Rio Grande
do Sul, 12 dez. 2011.
1.
O fragmento que confirma a ideia expressa no título do texto é
(A)
“a natural ansiedade desencadeada pela viagem em si.”
(B)
“num país sempre caracterizado pelo pouco apreço à ordem e à disciplina”
(C)
“combinando esperteza e o poder dos cotovelos.”
(D)
“A fila é um estilo de vida, e isso fica muito visível nos fins de semana”
(E)
“Normalmente as pessoas deveriam estar todas voltadas numa mesma direção”
2.
O trecho: “É que gostamos de fazer fila. Algo surpreendente, num país sempre
caracterizado pelo pouco apreço à ordem e à disciplina” revela, em relação ao
povo brasileiro, uma
(A) contradição (B) esperteza (C) virtude (D) versatilidade (E) sutileza
De quem são os
meninos de rua?
Eu,
na rua, com pressa, e o menino segurou no meu braço, falou qualquer coisa que
não entendi. Fui logo dizendo que não tinha, certa de que ele estava
pedindo
dinheiro. Não estava. Queria saber a hora.
Talvez
não fosse um Menino De Família, mas também não era um Menino De
Rua.
É assim que a gente divide. Menino De Família é aquele bem-vestido com tênis da
moda e camiseta de marca, que usa relógio e a mãe dá outro se o dele for
roubado por um Menino De Rua. Menino De Rua é aquele que quando a gente passa
perto segura a bolsa com força porque pensa que ele é pivete, trombadinha,
ladrão.
Ouvindo
essas expressões tem-se a impressão de que as coisas se passam
muito
naturalmente, uns nascendo De Família, outros nascendo De Rua. Como se a rua, e
não uma família, não um pai e uma mãe, ou mesmo apenas uma mãe os tivesse
gerado, sendo eles filhos diretos dos paralelepípedos e das calçadas,
diferentes, portanto, das outras crianças, e excluídos das preocupações que
temos com elas.
É
por isso, talvez, que, se vemos uma criança bem--vestida chorando sozinha
num
shopping center ou num supermercado, logo nos acercamos protetores,
perguntando
se está perdida, ou precisando de alguma coisa. Mas, se vemos uma criança
maltrapilha chorando num sinal com uma caixa de chicletes na mão, engrenamos a
primeira no carro e nos afastamos pensando vagamente no seu abandono.
Na
verdade, não existem meninos DE rua. Existem meninos NA rua. E toda vez
que
um menino está NA rua é porque alguém o botou lá. Os meninos não vão sozinhos
aos lugares. Assim como são postos no mundo, durante muitos anos também são
postos onde quer que estejam. Resta ver quem os põe na rua. E por quê. [...]
Quem
leva nossas crianças ao abandono? Quando dizemos “crianças abandonadas”,
subentendemos que foram abandonadas pela família, pelos pais. E, embora
penalizados, circunscrevemos o problema ao âmbito familiar, de uma família
gigantesca e generalizada, à qual não pertencemos e com a qual não queremos nos
meter. Apaziguamos assim nossa consciência, enquanto tratamos, isso sim, de
cuidar amorosamente de nossos próprios filhos, aqueles que “nos pertencem”.
Mas,
embora uma criança possa ser abandonada pelos pais, ou duas ou dez
crianças
possam ser abandonadas pela família, 7 milhões de crianças só podem ser
abandonadas pela coletividade. Até recentemente, tínhamos o direito de atribuir
esse abandono ao governo, e responsabilizá-lo. Mas, em tempos de Nova
República*, quando queremos que os cidadãos sejam o governo, já não podemos
apenas passar adiante a responsabilidade.
COLASANTI,
Marina. A casa das palavras. São Paulo: Ática, 2002. Adaptado.
*
Nova República: termo usado à época em que a crônica foi escrita (1986) para
designar o Brasil no período após o fim do regime militar.
3.
Com base na leitura do texto, conclui-se que o principal objetivo da autora é
(A)
resolver o problema das crianças abandonadas.
(B) comparar meninos de rua com meninos de família.
(C)
narrar a história do menino que a interpelou na rua.
(D)
convencer o leitor de que não existem meninos na rua.
(E) discutir a responsabilidade
pela existência de crianças nas ruas.
4.
O fragmento abaixo apresenta um ponto de vista que é justificado por um
argumento
apresentado no texto. “Talvez não fosse um Menino De Família, mas também não
era um Menino De Rua.”
A
passagem do texto que justifica esse ponto de vista é
(A)
“certa de que ele estava pedindo dinheiro.”
(B)
“Menino De Rua é aquele que quando a gente passa perto segura a bolsa com força
porque pensa que ele é pivete, trombadinha, ladrão.”
(C) “Na verdade, não
existem meninos DE rua. Existem meninos NA rua.”
(D)
“Os meninos não vão sozinhos aos lugares.”
(E)
“7 milhões de crianças só podem ser abandonadas pela coletividade.”
5.
Complete com os conectivos adequados:
a. Aquela
ali é a casa onde minha vó nasceu.
(ideia de LUGAR)
b.
Eu
ganhei muito dinheiro _QUANDO_ a
direção era outra, isso ano passado. (__TEMPO__)
c.
Ela
chorou a tarde toda __PORQUE__ o
namorado brigou com ela por motivos banais. (ideia de __EXPLICAÇÃO__)
d.
A
internet voltou quando ligamos para
a operadora de telefone. (ideia de _tempo________)
e.
Ganhei
o grande prêmio, mas o governo ficou
com quase toda a grana. (ideia de _ADVERSIDADE/CONTRÁRIO____)
f.
Só
vou à escola ___se_____ você
me der uma carona de carro. (ideia de _____CONDIÇÃO____)
g.
Esta
é a balada __ONDE_ o Zé ficou
muito louco semana passada. (ideia de __LUGAR_______)
h.
Eu
construí a minha casa quando comecei
a namorar a Josefina. (ideia de __TEMPO_______)
6.
Abaixo poderemos classificar em literário
e não literário.
a.
receita de bolo ___NÃO LITERÁRIO__
b.
poema___ LITERÁRIO
_____
c.
conto____ LITERÁRIO ______
d.
notícia de jornal___ NÃO
LITERÁRIO _
e.
soneto____ LITERÁRIO
___________
f.
crônica___ LITERÁRIO
_____________
g.
conto de terror___LITERÁRIO_______
h.
bula de remédio____NÃO LITERÁRIO__
i.
novela__LITERÁRIO_____________
j.
seriado televisivo __ LITERÁRIO ___
k.
documentário __ NÃO LITERÁRIO ___
l.
artigo científico __ NÃO LITERÁRIO ___
m.
classificados __ NÃO LITERÁRIO __
7.
Qual a diferença entre artigo e notícia?
Artigo
-___texto em que focamos a opinião, os argumentos e o ponto de vista de uma
ou mais pessoas. É o texto do debate e da discussão de um assunto._____________________________________________________________________
Notícia
-___texto objetivo que foca as informações, os dados e os fatos. Preocupa-se
em transmitir informações sem discuti-las.
quarta-feira, 2 de abril de 2014
O CORVO
"...Abri então a vidraça, e eis que, com muita negaça,
Entrou grave e nobre um corvo dos bons tempos ancestrais.
Não fez nenhum cumprimento, não parou nem um momento,
Mas com ar solene e lento pousou sobre os meus umbrais,
Num alvo busto de Atena que há por sobre meus umbrais,
Foi, pousou, e nada mais..."
"...Disse o corvo, "Nunca mais".
E o corvo, na noite infinda, está ainda, está ainda
No alvo busto de Atena que há por sobre os meus umbrais.
Seu olhar tem a medonha cor de um demônio que sonha,
E a luz lança-lhe a tristonha sombra no chão há mais e mais,
Libertar-se-á... nunca mais!..."
O CORVO
(de Edgar Allan Poe)
Por Fernando Pessoa
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